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19.10.05

Bispo indígena boliviano pede solidariedade às igrejas

 


Carlos Poma, bispo da IEMB: os povos originários da Bolívia precisam da solidariedade das igrejas.

O bispo da Igreja Evangélica Metodista da Bolívia, Carlos Poma, pediu às igrejas solidariedade com o movimento social boliviano.

Poma fez o chamado ao falar para 60 representantes de igrejas e organismos ecumênicos latino-americanos reunidos em Mendes, Rio de Janeiro, de 16 a 18 de outubro, em preparação à IX Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).

"O mundo deve escutar os clamores dos povos excluídos", afirmou Poma, que pertence à nação aymara. Ele reivindicou "garantias para os movimentos sociais e seus líderes, porque teme-se pela vida dos atores sociais que defendem os mais pobres".

A Bolívia, anotou, é um dos países mais pobres da América Latina, apesar de ter grandes reservas de recursos naturais. Mas os interesses das companhias transnacionais, advertiu, representam a morte para os povos indígenas milenários como os aymaras, quechuas e tupi-guaranis.

Segundo Poma, o "esgotamento do modelo neoliberal", incapaz de "deter a penúria", produz o "transborde social" dos que não têm pão, dos que não têm teto, dos que não têm terra, do que não têm água, luz, gás e trabalho.

Ao recordar que pastores e pastoras de sua igreja "marcham junto ao seu povo em meio à repressão", Poma afirmou: "Como igreja não podemos deixar de escutar o clamor emergente da injustiça social e da crise econômica em general, e estamos seguros de que nossa vida não está condenada ao fracasso e a destruição".