Evangelicais e pentecostais a favor do diálogo

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Um espaço especial foi aberto na manhã do dia 20, na 9a. Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas, durante a Coletiva de Imprensa que reuniu três representantes de igrejas evangelicais e pentecostais: o pastor e diretor da Aliança Evangélica Mundial, Geoff Tunnicliffe, com sede no Canadá; o diretor da Igreja de Pentecostes de Gana, Michael Ntumy; e o pastor argentino da Igreja Evangélica Boas Novas, Norberto Saracco.

"A Aliança Evangélica Cristã Mundial (World Evangelical Alliance - WEA em inglês) agradece a oferta do CMI para participar da sua 9a. Assembléia como observador", confirmou Tunnicliffe. "Como um rede paralela, representando quase 400 milhões de cristãos evangélicos em todo o mundo, nos identificamos com diversos temas levantados aqui." Entre estes, a pobreza global, HIV/Aids e injustiça e violência contra crianças.

Michael Ntumy falou em termos de parceria sobre o trabalho das igrejas evangelicais e outras igrejas e o próprio CMI. "Todos somos parceiros e estamos trabalhando para um senhor somente." Para ele, as maiores dificuldades entre as igrejas tradicionais e as novas igrejas são de ordem histórica. "Ainda existe muita desconfiança. Muitas vezes pensamos que a espiritualidade está morta nas igrejas mais antigas; estas, por sua vez, dizem que as novas igrejas são iletradas ou só sabem rezar", confirmou.

"Nossa proposta é deixar o passado de lado, esquecer a amargura e trabalhar em conjunto. Se é possível conviver com a diversidade em outras áreas, também é possível conviver com os pentecostais." A Igreja de Pentecostes, a qual Ntumy pertence, é a segunda maior denominação em Gana, com mais de 9 mil congregações locais e missionários em 57 países.

O argentino Norberto Saracco avaliou que a postura de diálogo do CMI é extremamente importante. "Os evangélicos em geral e em especial os pentecostais têm avançado muito no que se refere à unidade da igreja", disse. "O movimento ecumênico deve prestar mais atenção a isso, especialmente no que se refere à América Latina."

Na opinião de Saracco, os grandes obstáculos para uma aproximação maior são as estruturas hierárquicas, os dogmas, os acordos teológicos e as alianças entre instituições, que acontecem com as igrejas históricas. "Somos perguntados: como podemos nos relacionar com as igrejas-membro do CMI? Posso dar algumas pistas, mas será que não podemos esperar um novo Pentecostes? Acredito que a unidade da igreja deve ser um trabalho do Espírito, ou não existirá."

Ainda que poucas igrejas evangelicais ou pentecostais sejam membros do CMI, o diálogo não é novo. No ano 2000, durante a Assembléia de Harare, constituiu-se um grupo de trabalho conjunto, denominado Grupo Consultivo Conjunto CMI-Pentecostais. A primeira reunião aconteceu em junho de 2000, na França. Na América Latina, 25 igrejas evangelicais e pentecostais fazem parte do Conselho Latino Americano de Igrejas (Clai).

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